Os fungos
desempenham funções importantes na reciclagem de nutrientes, nas interações ecológicas
e no bem-estar humano., podendo se comportar como decompositores, mutualistas e
patógenos.
1. MICORRIZAS
Micorrizas
são relações de benefício mútuo entre fungos e raízes de plantas, que foram
encontradas em fósseis de plantas vasculares de 420 milhões de anos e que,
provavelmente, foram essenciais para a colonização do ambiente terrestre pelas
plantas. Nesta associação, as hifas dos fungos formam um revestimento sobre as
raízes das plantas, por vezes penetrando nos espaços entre as células deste
órgão.
Fungos que formam micorrizas podem melhorar a transferência
de íons fosfato e outros minerais para as plantas, pois a grande rede do
micélio dos fungos é mais eficiente do que as raízes das plantas na absorção
destes minerais do solo. Em troca, as plantas fornecem aos fungos nutrientes
orgânicos resultados da sua fotossíntese, como carboidratos.
Disponível em <http://clickeaprenda.uol.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=33472> |
Micorrizas
são extremamente importantes em ambientes naturais e na agricultura. Quase
todas as plantas apresentam esta associação e dependem de seus parceiros para
absorção de nutrientes essenciais. Diferentes espécies de plantas utilizadas na
agricultura têm esporos desses fungos
inseridos em suas sementes para promover seu crescimento, como por exemplo, os
pinheiros utilizados na indústria madeireira e de celulose.
Micorriza em planta de Pinus com menos de 4cm de altura acima do solo. (Disponível em <http://www.agroecologiamurcia.org>) |
2. LÍQUENS
Os líquens
são uma forma de associação entre um organismo fotossintetizante e um fungo na
qual o primeiro fica retido em uma massa de hifas do segundo. Os organismos
fotossintéticos, normalmente são algas verdes ou cianobactérias. O fungo
normalmente pertence ao grupo dos ascomicetos.
Variação nas formas de crescimento de liquens. (FONTE: CAMPBELL, 2010). |
O
micélio do fungo forma a maior parte do corpo do líquen e as algas ocupam as
camadas mais internas, abaixo da superfície. A ligação entre os participantes
da associação é tão íntima que os líquens são denominados cientificamente como
se fossem um único organismo.
Anatomia de um líquen ascomiceto (MEV). (FONTE: CAMPBELL, 2010). |
Na
associação, a alga fornece a seus parceiros os produtos de sua fotossíntese. O
fungo, por sua vez, fornece um ambiente apropriado para o crescimento da alga
ou cianobactéria, retendo água e minerais essenciais. Desta forma, os líquens
podem crescer em ambientes inóspitos, tais como rochas, troncos em
decomposição, ilhas vulcânicas recém-consolidadas,... - lugares onde nenhum
outro organismo poderia se desenvolver. Esta característica faz com que os
líquens sejam organismos pioneiros.
Mesmo
sendo, em parte, organismos bastante resistentes, muitos líquens não toleram
muito bem a poluição do ar. Sua forma passiva de tomada de minerais da chuva e
umidade do ar os torna particularmente sensíveis ao dióxido de enxofre e outros
poluentes atmosféricos.
3. ASSOCIAÇÕES MUTUALÍSTICAS ENTRE FUNGOS - ANIMAIS
Muitas
espécies de formigas se beneficiam do poder digestivo dos fungos, cultivando-os
em “fazendas”. As saúvas, por exemplo, carregam folhas da floresta para seus
formigueiros onde servirão para alimentar os fungos que crescem em seu
interior. Enquanto as hifas dos fungos crescem, as formigas vão se alimentando
de suas extremidades ricas em proteínas e carboidratos. Sem esta associação, as
formigas não poderiam digerir todos os compostos das folhas, inclusive alguns
compostos tóxicos, que são digeridos pelos fungos.
4. Fungos parasitas
Diversas
espécies de fungos são parasitas e causam doenças em plantas e em animais,
inclusive na espécie humana; sendo micose
o termo geral utilizado para caracterizar infecções causadas por fungos. Apesar
de somente 50 espécies atacarem o ser humano e outros animais, estas causam
danos consideráveis. Muitas dessas infecções atacam a superfície da pele,
principalmente nas regiões mais quentes e úmidas. O popular “pé-de-atleta”,
conhecido também como frieira, apesar de altamente contagioso, pode ser tratado
com loções e talcos.
Micoses
mais graves podem se desenvolver quando os esporos são inalados. A coccidiomicose produz sintomas
semelhantes aos da tuberculose. Algumas micoses são oportunistas, aguardando
alguma mudança microbiológica ou imunológica no organismo para se desenvolver,
como a Candida albicans, uma espécie
que normalmente habita o epitélio umedecido da superfície vaginal. Sobre certas
circunstâncias, pode crescer muito rapidamente gerando feridas por todo o
corpo. Muitas outras micoses oportunistas se tornaram mais comuns nas últimas
décadas, em parte devido à AIDS, que compromete o sistema imune.
Nas
plantas, os fungos provocam várias doenças, como a “ferrugem” que ataca o
cafeeiro e outras de interesse econômico, prejudicando sua fotossíntese. Alguns
dos fungos que atacam cultivos são tóxicos para os humanos. Por exemplo,
algumas espécies do gênero Aspergillus
contaminam grãos e amendoins guardados inadequadamente, pela secreção de
compostos cancerígenos denominados flavotoxinas. O alucinógeno LSD foi extraído
de fungos parasitas do centeio do gênero Claviceps
que provocam uma doença chamada ergotismo.
Exemplos de doenças de plantas causadas por fungos. (FONTE: CAMPBELL, 2010) |
Esta cena da
foto abaixo de uma associação desarmônica entre a formiga e um fungo parasita chega a soar como
filme de terror: um engenhoso fungo hospeda-se no corpo de uma formiga ainda
viva e se prolifera, consumindo-a até a morte. Durante o agonizante processo, o
inseto caminha até uma planta e finca suas mandíbulas em uma folha, num estado
inerte que remete a zumbis. Espécies do gênero Cordyceps e Ophiocordyceps
estão entre os parasitas mais comuns.
Disponível em <http://viajeaqui.abril.com.br/materias/os-cogumelos-mais-estranhos-do-mundo#22> |
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