quarta-feira, 6 de julho de 2016

EQUINODERMOS




1.   Características Gerais

·     Cerca de 6 mil espécies descritas
·     EXCLUSIVAMENTE MARINHAS (geralmente bentônicos).
·     São animais que apresentam espinhos na superfície do corpo. Característica que deu origem ao nome do Filo Echinodermata (do grego, echinos, espinho, e dermatos, pele).
·  Seus representantes mais conhecidos são as estrelas do mar, ouriços do mar, bolachas do mar e pepinos do mar.
·     São animais triblásticos celomados.
· Os equinodermos são animais deuterostômios enterocelomados, ou seja, blastóporo originando o ânus.


2. Novidades evolutivas:

ENDOESQUELETO
· Apresentam estruturas esqueléticas (Ossículos) de origem mesodérmica, conectados por ligamentos de colágeno. Como essas estruturas esqueléticas são internas ao corpo, estando recobertas por epiderme, elas constituem um ENDOESQUELETO.



REVESTIMENTO
·  Corpo inteiramente recoberto por uma epiderme fina que reveste também os espinhos.
· Espinhos tem locomoção e defesa – estruturas articuladas às placas do endoesqueleto e que se movem por ação da musculatura, participando do deslocamento do animal.
·    Pés ambulacrais: estruturas tubulares finas e flexíveis, com ventosas aderentes na extremidade, responsáveis pela locomoção.
·   Pedicelárias: distribuídas entre os espinhos, são estruturas móveis dotadas de pequenas pinças nas extremidades, cuja função é remover detritos e pequenos animais que aderem ao corpo dos equinodermos, mantendo-o limpo. Além disso, participam da captura de presas.

Anatomia de um Equinodermo


Detalhe do revestimento corporal de equinodermos

SIMETRIA (PENTA) RADIAL SECUNDÁRIA:
·   No estágio de larva, apresentam  com simetria bilateral, e quando adulto, simetria radial, sendo esta uma adaptação à vida bentônica.
·  Permitiu também a organização de Sistema Nervoso em anel em torno da boca de onde partem 5 nervos radiais.



SISTEMA HIDROVASCULAR OU AMBULACRAL - Exclusivo do Filo
·    Série de tubos preenchidos por água que se projetam para fora do corpo através dos pés ambulacrais.

·     FUNÇÕES: Locomoção (1ª), respiração, captura de alimento e órgão sensorial.



3. CLASSES DOS EQUINODERMOS:


ARTRÓPODES: O FILO COM MAIOR DIVERSIDADE E NÚMERO DE ESPÉCIES


1.   Características Gerais

  Mais de 1 milhão espécies descritas sendo em sua maioria, insetos com 900 mil espécies.
 Podem ser encontrados em quase todos os habitats da Terra.
 Primeiros a ocupar definitivamente todos os ambientes de terra firme.
São animais triblásticos celomados, ou seja, possuem os três folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme e endorme) e cavidade corporal.
 Apresentam simetria bilateral, sendo divididos longitudinalmente em partes iguais.
 Sistema digestório completo, com boca e ânus è digestão somente extracelular
 Sistema circulatório é ABERTO, no qual o líquido chamado hemolinfa é bombeado por um coração para artérias curtas e então para espaços chamados de sinus, que circundam tecidos e órgãos.

 Corpo dividido em segmentos ou metâmeros (METAMERIA).















  
2. Novidades Evolutivas
EXOESQUELETO
Armadura resistente formada por quitina (polissacarídeo com nitrogênio) secretado pela epiderme e disperso em camadas sobre a superfície corporal.
  CONSEQUÊNCIAS: 
1) Musculatura bem desenvolvida localiza-se no lado interno do exoesqueleto, usando-o como ponto de apoio para a mesma.
1.1) Entre os segmentos corporais e os dos apêndices, existem lâminas da cutícula mais finas e flexíveis, permitindo a articulação entre os segmentos enrijecidos.
2) Proteção não somente contra agressões, mas também contra a desidratação.
3) Artrópodes cujos os apêndices não tem ramificação são chamados de unirremes e aqueles cujos os apêndices podem ser formados por dois ramos são denominados birremes.





4) MUDA ou Ecdise é a troca de exoesqueleto para o crescimento, pois o mesmo não se expande. Assim os artrópodes crescem somente logo após a troca e, quando o exoesqueleto torna-se rígido de novo, eles param de crescer.

3. SUBFILOS:

MOLUSCOS



1.   Características gerais:

·        Mais de 150 mil espécies descritas.
·        Os moluscos mais conhecidos são as lulas, ostras, mexilhões, caramujos, lesmas e polvos.
·        A maioria das espécies vive no mar, em águas rasas ao longo do litoral, mas também as que vivem em água doce e em solo úmido;
·        Reúne animais com corpo de consistência macia, protegido em geral por uma concha calcária.
·        Corpo é dividido em cabeça, pé e saco visceral
·         Seu revestimento, denominado manto ou pálio: dobra da epiderme que secreta a concha calcária.
·        São animais triblásticos com simetria bilateral  e protostômios.

Organização Corporal Básica de um Molusco


2.   NOVIDADES EVOLUTIVAS

·        Celoma: Cavidade do corpo revestida pela mesoderme
·        Consequências:
1)    Desenvolvimento maior dos órgãos internos

Anatomia Interna de um molusco


2)    Sistema circulatório: distribuição de nutrientes e gases mais eficiente. Poder:

Sistema Circulatório Aberto: nas classes Gastropoda e Bivalvia

·     lacunas ou hemocelas
·     hemolinha banha os órgãos
·     retorno via aberturas do coração

Sistema Circulatório Fechado: na classe Cephalopoda

·     sistema contínuo de vasos
·     o sangue leva os o2 e nutrientes até os capilares onde ocorrem as trocas.


Sistema Circulatório dos Moluscos


3.   classes do filo mollusca


terça-feira, 5 de julho de 2016

NEMATELMINTOS: OS VERMES CILÍNDRICOS


O Filo Nematelminthes (do grego, nematos, fio, e helminthes, verme) reúne animais triblásticos, com simetria bilateral, de corpo cilíndrico, alongado e extremidades afiladas. O tamanho pode variar de 1mm até mais de 1m de comprimento.
Há cerca de 90 mil espécies descritas, mas os biólogos acreditam que esse número possa ser 10 vezes maior. Isso os colocaria em segundo lugar em número de espécies, atrás apenas dos artrópodes.
A maioria dos nematódeos tem vida livre, sendo alguns dos animais mais cosmopolitas, encontrados na maioria dos ambientes aquáticos e nos solos úmidos e ricos em matéria orgânica.  Desempenham um importante papel na decomposição e no ciclo de nutrientes.
Existem muitas espécies de endoparasitas de plantas e animais. Por exemplo, só os humanos são parasitados por mais de 50 espécies, entre elas a famosa lombriga. Muitas espécies parasitas de plantas são consideradas pragas nas produções agrícolas.


1.              NOVIDADES EVOLUTIVAS

Os nematelmintos apresentam duas grandes novidades evolutivas:
- o pseudoceloma, cavidade corporal preenchida de líquido;
- o sistema digestório completo, no qual há uma abertura para a entrada de alimento, a boca, e outra para a eliminação dos resíduos de digestão, o ânus.



        Outra característica do filo é que não possuem células ciliadas ou flageladas, nem mesmo os espermatozoides, que se locomovem por pseudópodes.


2.   anatomia:

O corpo dos nematelmintos pode ser descrito como “tubo dentro de outro tudo”. O tubo interno é o intestino que inicia na boca e termina no ânus. O tubo externo é a parede do corpo. Entre eles, há uma cavidade cheia de líquido, denominada pseudoceloma.
Embora possuam canal alimentar, eles não tem sistema circulatório. Os nutrientes são transportados pelo corpo através do líquido do pseudoceloma.
Apresentam músculos longitudinais e sua contração produz um movimento do tipo “chicote”.
A parede do corpo é revestida externamente por uma epiderme e esta coberta por uma cutícula dura. Quando o animal cresce, perde-se a cutícula e uma nova e maior é secretada.
Não apresentam órgãos especializados para trocas gasosas. Oxigênio e gás carbônico são, respectivamente, absorvidos e eliminados por difusão ao longo da superfície do corpo, isto é, apresentam respiração cutânea.

ANATOMIA INTERNA DE UM NEMATÓDEO


3.   reprodução:

Em geral, reproduzem-se sexuadamente por fertilização interna.
Na maioria das espécies, os sexos são separados e as fêmeas maiores que os machos, ou seja, apresentam dimorfismo sexual. Uma fêmea pode depositar 100.000 ou mais ovos fertilizados (zigotos) por dia. Os zigotos costumam ser células resistentes que sobrevivem a condições adversas.

DIMORFISMO SEXUAL DE ESPÉCIES DE NEMATÓDEOS


4.   DOENÇAS HUMANAS CAUSADAS POR NEMATELMINTOS:

Podem causar diversas doenças em plantas e animais. Em geral, não matam seus hospedeiros, o que demonstra sua grande adaptação à vida parasitária. É vantajoso ao parasita que o seu hospedeiro resista à doença, pois isso lhe garante moradia e fonte de alimentação.
Entre os parasitas humanos mais comuns, estão:
- Ancylostoma duodenale ou Necator americanos, ancilóstomos causadores da verminose conhecida como amarelão.
 - Ascaris lumbricoides, popularmente conhecidos por lombrigas, causadores da verminose chamada ascaridíase.
- Enterobius vermicularis, popularmente conhecidos como oxiúros e a doença provocada é chamada de oxiurose.
- Wuchereria bancrofti, nome popular filária, causadora da verminose denominada de filariose.
O vídeo abaixo explica maiores detalhes de cada verminose provocada pelos nematódeos.




FONTES:
 AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010. 

- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.

PLATELMINTOS: OS VERMES ACHATADOS




O Filo Platyhelmintes (do grego, platys, plano, achatado, e helmintes, verme) reúne animais de corpo achatado, dos quais as planárias são os representantes de vida livre mais conhecidos. São assim chamados por possuírem corpos finos e achatados, “vermes chatos”. No entanto, observe que a palavra “verme” não é um nome taxonômico formal e sim um termo geral para animais com corpos alongados e finos.
Das cerca de 20 mil espécies descritas de platelmintos, aproximadamente 20% são parasitas de animais vertebrados e invertebrados. Entre os que parasitam a espécie humana, os mais conhecidos são as solitárias (ou tênias), que vivem no intestino e causam teníase; e os esquistossomos, que habitam as veias do fígado e de outros órgãos abdominais, causando a esquistossomose. Vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; e são encontrados também em ambientes terrestres úmidos.


1.   ESTRUTURA CORPORAL E AS NOVIDADES EVOLUTIVAS

Quanto à simetria corporal, os platelmintos apresentam uma novidade evolutiva em relação aos cnidários: têm simetria bilateral, enquanto cnidários adultos têm simetria radial.



Os platelmintos são os mais antigos animais triblásticos da escala zoológica. Em seu desenvolvimento embrionário, eles desenvolvem três folhetos germinativos – ectoderma, endoderma e mesoderma – a partir dos quais se originam os diversos tecidos do animal adulto. Contudo, apesar de serem animais com desenvolvimento triploblástico, eles são acelomados, isto é, não possuem cavidade corporal.



Portanto, as duas grandes novidades evolutivas deste grupo são:
- a simetria bilateral, que está associada a maior capacidade de movimentação;
- o surgimento do mesoderma, que permitiu o desenvolvimento de outras estruturas corporais e de uma musculatura mais eficiente.


2.   Nutrição, circulação e excreção:

Os platelmintos não têm órgãos especializados para trocas gasosas ou para circulação, e seu aparelho excretor relativamente simples funciona para manter o balanço osmótico com o meio. Devido a sua forma achatada, suas células ficam próximas à água presente no ambiente ou no intestino. Essa proximidade com a água favorece as trocas gasosas e a eliminação de compostos nitrogenados com por difusão através da superfície do corpo.
A maioria dos vermes chatos tem cavidade gastrovascular com apenas uma abertura (“boca”). Não possuem sistema circulatório, mas os finos ramos da cavidade gastrovascular distribuem o alimento diretamente às células do animal.



3.   Classes dos platelmintos:

O Filo Platyhelmintes é divido em quatro classes: Turbellaria (tubelários, a maioria são vermes chatos de vida livre), Monogenea (parasitas marinhos e de água doce que infectam peixes), Trematoda (trematódeos, parasitas de vertebrados), Cestoda (cestódeos, parasitas de vertebrados).

 
(FONTE: CAMPBELL, 2010)

1.   reprodução:

A reprodução dos platelmintos é bastante diversificada. As espécies parasitas apresentam ciclos de vida complexos, em que podem alternar fases com reprodução sexuada e assexuada. Além disso, diversas espécies necessitam de mais de um hospedeiro para completar seu ciclo.
São chamadas de monogenéticas aquelas espécies que completoam seu ciclo de vida em um único hospedeiro, por exemplo, o trematódeo Gyrodactylus, parasita de um peixe de água doce.

Gyrodactylus sp é um pequeno trematódeo monogenético. Sua reprodução ocorre muito rapidamente e seu ciclo de vida é curto. Fixa-se no peixe através de um gancho e uma ventosa, se alimenta de sangue, mucosas e células epiteliais.


As espécies que necessitam de dois hospedeiros distintos para completar seu ciclo de vida denominam-se digenéticas. São exemplos: o Schistosoma mansoni, trematódeo causador da esquistossomose, e a Taenia sollium, cestódeo causador da teníase.
O hospedeiro em que ocorre a fase adulta (sexualmente madura) de um parasita digenético é chamado de hospedeiro definitivo, enquanto aquele em que ocorre a fase larval denomina-se hospedeiro intermediário.
No ciclo de vida Schistosoma mansoni, a espécie humana é o hospedeiro definitivo e o caramujo, o hospedeiro intermediário.



Já no caso da Taenia sollium, o porco é o hospedeiro intermediário e a espécie humana, o hospedeiro definitivo.

CICLO DE VIDA DA TAENIA SOLIUM


As planárias podem apresentar reprodução assexuada por fragmentação do corpo: a parte posterior do animal eventualmente adere a algum objeto e os esforços da planária para libertar-se acabam por rompê-la. Como tem grande capacidade de regeneração, ambos pedaços de recompõem e, assim, surgem novos indivíduos assexuadamente. O vídeo mostra processo de regeneração das planárias.



As planárias são monóicas, isto é, cada indivíduo possui sistemas reprodutores de ambos os sexos. Fazem fecundação cruzada, a autofecundação é rara. Os dois indivíduos que estão acasalando ficam unidos pelos poros genitais. Cada um introduz o pênis na abertura genital do outro, trocam espermatozoides e se separam. Vários óvulos são fecundados e lançados para o exterior pelo poro genital. Os zigotos possuem uma cápsula protetora e vão eclodir planárias jovens, evidenciando um desenvolvimento direto.

REPRODUÇÃO SEXUADA EM PLANÁRIAS


FONTES:
 AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010. 
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.