terça-feira, 5 de abril de 2016

MARÉ VERMELHA: o desastre em Hermenegildo


A maré vermelha é um acidente ecológico que acontece em decorrência de alguns fatores como a alteração da salinidade, oscilação da temperatura, além do excesso de sais minerais que são ocasionados pelo escoamento de esgoto doméstico, alterando as condições abióticas do mar.

Estas alterações podem criar condições ideais para o crescimento dos dinoflagelados. Estes protoctistas são algas unicelulares com dois flagelos usados para locomoção por meio de rodopios. Pertencem a uma divisão das algas pirrófitas, que (do grego, pyrrhos = fogo e phyta = planta) significa planta cor de fogo. O nome foi dado devido à presença dos pigmentos avermelhados nessas algas. A reprodução dessa espécie pode ser assexuada ou sexuada. As toxinas liberadas por este tipo de alga, são extremamente tóxicas aos seres humanos e animais.



lembrando O DESASTRE ECOLÓGICO EM HERMENEGILDO

Em abril de 1978, na costa de Santa Vitória do Palmar, milhares de focas, botos, peixes de todos os tamanhos e ostras de todos os tipos começaram a aparecer mortos na praia de Hermenegildo. Um odor de amoníaco infestou o mar e toda a região. Com chuva em terra e tempestade nas águas, a maré forte e alagadiça tornou o ar denso ao longo de dezenas de quilômetros.



Surgiram diversas hipóteses para justificar a mortandade. Uma delas era de que teriam vazado produtos químicos do navio Taquari, naufragado em 1971, próximo ao cabo Polônio, na costa uruguaia, e que se partiu após o temporal de 1978. Isocianato de metila, mercúrio e outras substâncias são apontadas como causadoras das mortes. Antes do final de abril, um relatório do Ministério da Saúde apontou que a causa do desastre foi o fenômeno conhecido como maré vermelha, provocada por toxinas liberadas após a proliferação de algas.

O laudo recebeu muitas críticas dos ambientalistas. A discussão sobre o problema foi fundamental para o fortalecimento do movimento ecológico gaúcho que acabara de nascer.

REINO PROTOCTISTA, seres tão diferentes entre si

O Reino Protoctista foi proposto em substituição ao Reino Protista, que originalmente continha apenas organismos exclusivamente eucariontes e unicelulares. Foi uma alternativa didática para receber uma grande variedade de seres eucariontes unicelulares e multicelulares que não se encaixavam na definição de animais, plantas ou fungos. É, portanto, um Reino artificial.



Os protoctistas apresentam variações nos ciclos de vida assim como na organização e nos padrões de divisão celular. Estudos recentes em microscopia eletrônica e biologia molecular (DNA) têm mostrado que os seres desse Reino são tão diferentes entre si que, provavelmente, serão classificados futuramente em vários Reinos. Alguns se assemelham às plantas por realizarem fotossíntese, outros aos fungos por serem decompositores e outros ainda aos animais por serem consumidores heterótrofos.

Os organismos colocados neste Reino são basicamente aquáticos – marinhos ou de água doce, mas também vivem em solos onde há umidade e em associações com muitos outros seres, inclusive com outros grupos de Protoctista. Grupos inteiros são exclusivamente parasitas.



Todas as algas - verdes, marrons e vermelhas - são provisoriamente consideradas Protoctista. Os grupos de algas verdes dentre as quais destacamos a alface-do-mar - Ulva, comum em praias rochosas do litoral brasileiro, são filogeneticamente relacionados com as plantas terrestres. As microscópicas Euglena, com ocorrência em diversos ambientes dulciaqüícolas, também são exemplos de Protoctista. As algas são particularmente importantes no mar, pois constituem a base das cadeias alimentares nestes ambientes.

           http://brasilescola.uol.com.br/biologia/protista.htm

SUPERBACTÉRIAS: há motivo de pânico?


O que são?

Superbactérias é o nome dado ao grupo de bactérias que consegue resistir ao tratamento com o uso de uma grande quantidade de antibióticos. Normalmente associadas ao ambiente hospitalar, essas bactérias são um grave problema para pacientes debilitados.

Elas costumam se reproduzir rapidamente, prejudicando o funcionamento de um ou mais órgãos do corpo. Observa-se uma grande quantidade de óbitos no mundo em decorrência de infecções por superbactérias, principalmente nos países mais pobres. Isso ocorre porque, em muitos desses lugares, não há instalações adequadas para a identificação rápida desses organismos, além de possuírem poucos antibióticos alternativos para o tratamento de bactérias resistentes.


Como surgiram?
                                               
Grande parte destas superbactérias surgiu em função do uso de antibióticos de forma incorreta, indiscriminada ou sem prescrição e acompanhamento de um médico. Com o passar do tempo, muitas bactérias foram ganhando resistência aos antibióticos. Isso ocorre devido ao fato de algumas pessoas interromperem o tratamento antes do tempo prescrito pelo médico. Nestes casos, as bactérias não são eliminadas e ganham resistência ao medicamento (antibiótico).


Onde o contágio costuma ocorrer?

 Os hospitais, principalmente os centros cirúrgicos, são os ambientes mais favoráveis para a disseminação das superbactérias. Os pacientes costumam estar com o organismo debilitado, pois estão doentes ou passaram por cirurgia. Caso o processo cirúrgico não siga com rigor os procedimentos de higienização e desinfecção de instrumentos cirúrgicos ou até mesmo os cirurgiões ou integrantes de sua equipe estejam com as mãos contaminadas, pode haver a entrada e rápido desenvolvimento destas nos pacientes.






Exemplos de superbactérias


Bactéria
Sintoma e Doenças
Klebsiella pneumoniae carbapenemase
(KPC)
Infecções pulmonares, urinárias e no sangue, podendo levar a infecção generalizada
Staphylococcus aureus
Infecções no sistema respiratório e na pele
Enterecoccus
Infecções pulmonares, urinárias e intestinais
Proteus
Infecções no sistema urinário e nos intestinos
Pseudonomas
Infecções pulmonares, urinárias e intestinais
Streptococcus
Infecções no sistema respiratório
Clostridium
Infeções nos intestinos
NDM-1
Infecções na pele



Como podem ser combatidas?

Com antibióticos específicos e muito fortes. O grande problema é que estes medicamentos costumam gerar efeitos colaterais indesejados no organismo dos pacientes infectados.



PRECISAMOS ENTRAR EM PÂNICO?

Não! Mas precisamos nos preocupar!

Superbactérias geralmente estão restritas aos hospitais. Entretanto, deve-se estar atento ao uso incorreto de antibióticos e para os cuidados das equipes médicas para evitar a transmissão dentro e fora do hospital.






Um pouco da história dos estudos sobre bactérias

Uma das primeiras hipóteses, associadas ao estudo das bactérias, de que se tem notícia foi postulada no século XIII, por Roger Bacon, que sugeriu que as doenças eram produzidas por seres vivos invisíveis. A ideia foi novamente recomendada por Girolamo Fracastoro de Verona (1483-1553).

No entanto, a primeira observação documentada dos organismos bacterianos foi realizada pelo naturalista holandês  Antony Van Leeuwenhoek (1632-1723), com a ajuda de um microscópio simples de sua própria construção. Ele informou sua descoberta à Sociedade Real de Londres, em 1683, mas a Bacteriologia, como ciência, não se estabeleceu até meados do século XIX.



Desenho de Leeuwenhoek, publicado em 1684, retrata bactérias observadas através do microscópio.

Apesar das tentativas de associar as bactérias às doenças, como nos trabalhos do pesquisador Marcus Anton Von Plenciz (1705-1786), que procurou estabelecer a natureza do “contagium” e do “miasma” (o primeiro, derivando do organismo doente, enquanto o segundo, que era gerado fora do corpo, se espalhava pelo ar), por vários anos se acreditou que bactérias eram produzidas através de geração espontânea.

Foram muitos os esforços de vários químicos e biólogos para provar que as bactérias, como todos os organismos vivos, só surgiam de outros organismos semelhantes. Este fato foi finalmente comprovado em 1860, pelo cientista francês
Louis Pasteur (1822-1895).

EXPERIMENTO DE PASTEUR












Com os trabalhos de Pasteur associados aos de Robert Koch (1843-1910), praticamente iniciou-se a era da Bacteriologia. Durante um congresso internacional, ocorrido em Londres em 1881, Pasteur teve a oportunidade de conhecer as pesquisas de Koch: seus cultivos de bactérias em dos meios sólidos (gelatina, ágar, etc.) e suas técnicas de fixação e coloração (muitas utilizadas ainda hoje). Até então, Pasteur só usava meios líquidos, o que praticamente impossibilitava o isolamento bacteriano.


Robert Koch and Louis Pasteur

Em 1840, depois dos primeiros trabalhos de Pasteur, Friedrich Gustav Jacob Henle (1809-1885), expôs as suas ideias, estabelecendo condições básicas para que um ser microscópico particular pudesse ser considerado causador de uma doença infecciosa ou infectocontagiosa. São os Postulados de Henle:
  1. O agente causador da infecção deve ser encontrado com constância no corpo do doente.
  2. Deve ser possível isolá-lo e, com tal agente isolado, reproduzir experimentalmente a doença.
Friedrich Gustav Jacob Henle


Esses postulados foram aperfeiçoados mais tarde pelos trabalhos de Robert Koch, primeiro a isolar o Micobacterium tuberculosis:
  1. Um microrganismo específico pode sempre ser encontrado em associação com uma dada doença.”
  2. O organismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no laboratório.”
  3. A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal sensível.”
  4. É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos animais experimentalmente infectados.”

Em 1882, Koch anunciou sua descoberta da bactéria responsável pela tuberculose.


Outras pesquisas se desenvolviam ao lado dos trabalhos de Pasteur e Koch.

Ø Em 1745, John Needham afirmou estar o ar cheio de micróbios.

Ø O médico Oliver W. Holmes (1809-1894), levando em conta que as fermentações e as putrefações são também obras de microrganismos, insistia que a febre puerperal era contagiosa e, provavelmente, ocasionada por um agente transmitido de uma mãe para outra, por intermédio dos médicos e das parteiras.

Ø Quase na mesma época, o médico húngaro Ignaz P. Semmelweis (1818- 1865) introduziu o uso de antissépticos na prática obstétrica.


Ø Em 1867, com base nestes estudos, o Dr. Joseph Lister (1827-1912) concluiu que deveria ser possível evitar as infecções pós-operatórias, desinfetando previamente os instrumentos cirúrgicos, o campo operatório e as mãos do cirurgião.


Pode-se dizer que o período de 1880-1900 foi de grande desenvolvimento da bacteriologia com a descoberta de várias bactérias patogênicas. Nos últimos anos, com o avanço das pesquisas em Biologia Molecular, a Microbiologia evoluiu bastante, associando velhos conhecimentos com os novos, facilitando os diagnósticos e os tratamentos de doenças.

O Zika, o mosquito e a microcefalia



O Zika vírus é um Flavivírus, pertence a uma família de vírus que infectam artrópodes (como insetos) e mamíferos. O que quer dizer que podem infectar um macaco ou uma pessoa, infectar o pernilongo ou o carrapato que suga o sangue deles e com isso saltar para outros mamíferos. Outros vírus da mesma família são o vírus da dengue, da febre amarela, Barkedji e da encefalite japonesa.

Nas regiões tropicais, o vírus tem sido transmitido pelo mosquito da espécie Aedes aegypti. Originário do Egito, na África, o mosquito vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais desde o século XVI, inicialmente por meio de navios que traficavam escravos. Os primeiros casos de doenças causadas pelo vetor foram identificados em Curitiba, no Paraná no final do século XIX.


Assista o vídeo abaixo para entender melhor a chegada do Aedes aegypti no Brasil.


O ciclo de vida do mosquito e a expansão da doença


O ciclo do Aedes aegypti ocorre da seguinte forma: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de duas semanas. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, que se alimentam de sangue de mamíferos. O Aedes aegypti procria em velocidade espantosa e o mosquito adulto vive em média de 30 a 45 dias. 



















Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 3 a 12 dias para o vírus causar sintomas. Geralmente os sintomas do Zika podem ser confundidos com os da dengue pela semelhança existente entre os vírus. Entretanto, a febre é mais baixa, as dores no corpo são menos intensas e até 80% das pessoas que contraem o vírus não apresentam sintomas. Um dos sinais que diferenciam o zika vírus das outras doenças é a erupção cutânea. 
  
Não existe ainda vacina ou qualquer droga preventiva com relação à febre Zika, e seu tratamento tem se baseado somente na amenização dos sintomas, sendo que os incômodos deixam de existir na grande maioria das vezes em até, no máximo, uma semana depois do contato com o vírus.



A questão que mais preocupa é a correlação da microcefalia com as infecções pelo vírus.


A microcefalia é uma má-formação do sistema nervoso central, onde órgãos como o cérebro não se formam corretamente. Até dezembro de 2015, 1248 casos de microcefalia haviam sido registrados, justamente nos estados onde os casos de infecção por Zika estão se multiplicando O vírus também foi encontrado no líquido amniótico (que protege o bebê) de duas grávidas com ultrassom indicativo de microcefalia. E no sangue e tecidos de uma bebê com microcefalia falecido no Ceará. Estes fatores contribuiram para o governo brasileiro e a OMS  ligarem o Zika à microcefalia [pdf]. Mais recentemente pesquisas demonstraram o ataque do vírus às células nervosas em cultura de tecidos. Assista o vídeo.