segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Vertebrados ( II ): ACTINOPTERÍGiOS ou PEIXES ÓSSEOS



A maioria dos peixes dotados de esqueleto ósseo, denominados osteíctes, está atualmente reunida na classe Actinopterygii. Um grupo bem diversificado, com mais de 20 mil espécies descritas.
Vivem em lagos, córregos, rios e oceanos, sendo que algumas espécies podem viver em lugares tão quentes que poucos organismos sobreviveriam, enquanto outras podem viver em mares extremamente frios graças a substâncias anticongelantes em seu sangue.


Figura 1- Espécies de peixes da classe Actinopterygii (Fonte: Campbell, 2010)













Estrutura e fisiologia dos Actinopterígios

1. ESCAMAS, ESQUELETO E NADADEIRAS
A maioria dos actinopterígios possui escamas achatadas originadas da derme, sendo recobertas por uma fina epiderme na qual desembocam muitas glândulas produtoras de muco. Essas glândulas lubrificam a superfície desses peixes, ajudando na natação. Alguns poucos actinopterígios, como o bagre, não possuem escamas.


Figura 2- Fonte: http://i2.wp.com/www.euquerobiologia.com.br/

Nesses peixes as escamas que cobrem a linha lateral têm um pequeno furo, por onde a água penetra no canal da linha lateral, que possui estruturas sensoriais denominadas neuromastos, capazes de detectar vibrações na água.

O esqueleto é divido em esqueleto axial (cabeça e coluna vertebral) e esqueleto apendicular (elementos de sustentação das nadadeiras).
Figura 3- Anatomia externa de um osteícte (Fonte: http://biolounge.blogspot.com.br/)

Os actinopterígios apresentam nadadeiras ventrais pares, sendo um par peitoral e outro pélvico. Há também duas nadadeiras dorsais: uma anal e outra caudal. Na maior parte desses peixes, a nadadeira caudal é achatada lateralmente, com as partes superior e inferior do mesmo tamanho.


2. Sistema respiratório e bexiga natatória
Respiram por meio de brânquias que, nesses peixes, são protegidas por uma cobertura óssea chamada opérculo. A maioria respira dirigindo a água para dentro da boca, passando pela faringe e saindo entre as brânquias pelo movimento do opérculo e pela contração dos músculos ao redor das câmaras branquiais.
Figura 4- http://peixes2010.blogspot.com.br/

Os peixes actinopterígios possuem a denominada bexiga natatória, um saco aéreo que controla sua flutuabilidade. O movimento do sangue para a bexiga faz o animal subir, enquanto a transferência de gás de volta para o sangue faz com que o animal afunde.
A bexiga natatória é um órgão evolutivamente relacionado aos pulmões. A homologia entre esses órgãos é comprovada pelo estudo do desenvolvimento embrionário dos vertebrados, em que ambos formam-se a partir da mesma estrutura.

Figura 5 - Fonte: http://br.blastingnews.com/ambiente/2015/01/controle-de-flutuacao-nos-peixes-osseos-00222465.html  


3. Sistema digestório
Apresenta sistema digestório completo. A boca situa-se em posição anterior no corpo, o que os diferencia dos condrictes (boca ventral). Não apresentam válvula espiral em seu intestino, e sim, cecos pilóricos logo após o estômago, aumentando a área de contato com os alimentos.

Figura 6 - Anatomia interna de uma truta. (Fonte: Campbell, 2010)


4. Sistema NERVOSO E SISTEMA SENSORIAL
Nos peixes em geral, a região do encéfalo relacionada ao olfato é muito bem desenvolvida. Esse sentido é muito importante para animais adaptados ao meio aquático.
Alguns peixes, como o salmão, podem até sentir o “cheiro” dos rios onde nasceram a dezenas de quilômetros de distância.
Os órgãos responsáveis pelo paladar e pelo olfato (quimiorreceptores) dos peixes se localizam nas narinas, na boca e em outras partes do corpo.

5. REPRODUÇÃO
Os actinopterígios são dioicos com reprodução sexuada. Os detalhes da reprodução desse grupo variam muito. A maioria das espécies é ovípara, reproduzindo-se por fecundação externa depois que a fêmea libera um grande número de pequenos ovos. Contudo, a fecundação interna caracteriza outras espécies.

Figura 7 - Ovos de peixe-palhaço (Fonte: https://reproducaoedesenvolvimentodosanimais.files.wordpress.com)


Figura 8 - Cavalo- marinho "grávido" carregando seus filhos (Fonte: http://grupoc2d.blogspot.com.br/2010/07/macho-gravido-e-com-o-cavalo-marinho.html)


















O desenvolvimento pode ser direto ou indireto, possuindo, no último, um estágio larval denominado alevino.

Figura 9 - Estágios de desenvolvimento de um osteícte (Fonte: https://reproducaoedesenvolvimentodosanimais.files.wordpress.com/)


FONTES:
-  AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010. 
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.

Vertebrados ( I ): CONDRICTES ou PEIXES CARTILAGINOSOS


A classe Chondricthyes reúne cerca de 850 espécies de tubarões, cações, raias e quimeras. Esses animais são caracterizados pela posse de esqueleto cartilaginoso, boca ventral, fendas branquiais normalmente sem opérculo e não possuem bexiga natatória.
Figura 1: Diversidade de espécies de tubarões, arraias e quimeras. (Fonte: http://www.euquerobiologia.com.br/2011/11/diferencas-entre-peixes-cartilaginosos-e-osseos.html)

A maioria dos membros dos condrictes é carnívora, com mandíbula bem desenvolvida, utilizada para dar mordidas fatais em suas presas. Como, por exemplo, os tubarões brancos que têm se popularizado justamente por suas enormes mandíbulas e características predatórias.


Estrutura e fisiologia dos condrictes


1.   ESCAMAS, ESQUELETO E NADADEIRAS
Os condrictes apresentam escamas placóides, que são produzidas pela ação conjunta das células da derme e da epiderme. Essas escamas são formadas por um material orgânico calcificado, a dentina, sendo nutridas por vasos sanguíneos que penetram em sua parte interna, a polpa, e recoberta por um esmalte.

Figura 2: Escamas Placóides.
(Fonte: http://www.euquerobiologia.com.br/2011/11/diferencas-entre-peixes-cartilaginosos-e-osseos.html)














O esqueleto, como o de outros vertebrados, é divido em esqueleto axial (crânio e coluna vertebral) e em esqueleto apendicular (elementos de sustentação das nadadeiras).
Tubarões e cações têm duas nadadeiras dorsais e dois pares de nadadeiras ventrais, um na região anterior, as nadadeiras peitorais, e outro na região posterior, as nadadeiras pélvicas. Há também uma nadadeira caudal, achatada lateralmente e assimétrica, com a parte superior maior que a inferior.
A presença de nadadeiras pares foi uma importante aquisição evolutiva, que, aliada a poderosa musculatura, permitiu torna-los nadadores mais velozes.



2.     Sistema digestório e alimentação
O sistema digestório dos condrictes é completo e proporcionalmente menor do que de outros vertebrados. Dentro do seu intestino possuem uma válvula espiral, um septo em forma de sacarrolha que aumenta a área superficial e prolonga a passagem de alimento no trato digestório. A porção terminal do intestino forma a cloaca, onde se abrem os condutos dos sistemas reprodutor e urinário, e que se comunica com o exterior com o ânus.
Figura 3: Representação da parte anterior de um tubarão em corte longitudinal, mostrando os principais órgãos internos. B) Detalhe do interior do intestino mostrando a válvula espiral, que auxilia na absorção dos nutirentes. (Fonte: Amabis e Martho, 2004)

Alguns tubarões e arraias se alimentam de plâncton. No entanto, a maioria dos tubarões é carnívora, engolindo a presa inteira ou utilizando de suas presas afiadas para cortar animais muito grandes. Possuem muitas fileiras de dentes pontiagudos de estrutura semelhante as escamas placóides. Os dentes são substituídos continuamente a medida que envelhecem e são perdidos.

3.  Respiração
As brânquias dos condrictes são projeções filamentosas ricamente vascularizadas.
O animal aspira continuamente água pela boca, forçando-a a passar pelas fendas branquiais, o que permite a troca de gases entre a água do ambiente e o sangue, responsável pelo transporte de oxigênio até os tecidos corporais.
Fonte: http://peixes2010.blogspot.com.br/p/condrictes_6585.html


4. Sistema nervoso e sensorial
Esses peixes têm dois canais finos ao longo das laterais do corpo, chamados linhas laterais, nas quais há aberturas aonde penetra a água do mar. Nas linhas laterais há células sensoriais capazes de detectar alterações de pressão na água, permitindo-lhes sentir movimentos ao redor.
Na cabeça, existem canais sensitivos que terminam nas ampolas de Lorenzini, que tem células sensoriais capazes de captar fracas correntes elétricas pela atividade dos músculos de outros animais, auxiliando na caça.
Fonte: http://peixes2010.blogspot.com.br/p/condrictes_6585.html










Os carnívoros possuem sentidos aguçados devido ao seu estilo de vida predatório. Sua visão, apesar de não distinguir cores, é bem desenvolvida. Suas narinas, como a maioria dos vertebrados aquáticos, possuem função olfativa e não respiratória.

5.  REPRODUÇÃO
Possuem reprodução sexuada com fecundação interna e são dioicos.
Machos de tubarões e arraias tem um par de diferenciações das nadadeiras ventrais, os cláspers, com os quais introduzem o esperma na cloaca da fêmea.
Certas espécies são ovíparas, outras são ovovivíparas. Ocorre desenvolvimento direto, sem estágio larval.
Fonte: http://www.euquerobiologia.com.br/2011/11/diferencas-entre-peixes-cartilaginosos-e-osseos.html




























FONTES:
-  AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010. 
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.