Este blog é destinado a postagens sobre temas relacionados a Biologia e assuntos tratados nas aulas do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Militar de Porto Alegre.
Entre
os cnidários, as formas polipoides do grupo dos Antozoários com seus esqueletros
de carbonato de cálcio são os principais responsáveis pela formação dos
recifes. Estes locais proporcionam ambiente ideal para o desenvolvimento de
fauna e flora muito específicas. Graças
às condições de iluminação e transparência da água, os recifes de corais são
localidades de alta produtividade biológica.
De
todas as comunidades de águas rasas tropicais, os recifes de corais são as mais
ricas em biodiversidade. Devido a certas características da formação,
geralmente existe nesses locais forte movimentação de água que propiciam permanente
migração e imigração de micro e macro fauna e flora, nutrientes e elementos, da
plataforma continental para o recife, e vice-versa.
No
entanto, são ecossistemas extremamente frágeis sendo afetados pela poluição
marítima e até pelo aumento do efeito estufa que provoca um desequilíbrio na
acidez dos oceanos. Este desequilíbrio acaba causando o fenômeno do
branqueamento dos recifes resultado da morte de algas simbiontes que vivem no
interior dos pólipos.
O documentário abaixo produzido pelo Projeto Coral Vivo fala sobre os corais brasileiros
e os recifes coralíneos da Bahia, explicando o ambiente propício ao
desenvolvimento de grande diversidade de seres.
Esses animais se diversificaram numa ampla faixa de formas sésseis e móveis, incluindo as hidras, os corais e as medusas.
São os primeiros animais a chegarem
ao estágio de gástrula no seu desenvolvimento embrionário. Desta forma
desenvolvem dois folhetos embrionários – ecto e endoderme. Pela primeira vez,
aparece uma cavidade digestiva que dá o nome mais antigo ao Filo (Coelenterada
= com cavidade digestiva). A nomenclatura mais moderna usa a presença de uma
célula exclusiva destes animais – os cnidoblastos – utilizados para defesa e
predação para dar o nome ao grupo.
1. Estrutura corporal
A maioria dos cnidários exibe um plano corpóreo relativamente simples, diploblástico e com simetria radial, existente há aproximadamente 570 milhões de anos.
O plano corporal básico desses animais é um saco com compartimento digestivo central, a cavidade gastrovascular. Uma abertura única nesta cavidade funciona como boca e ânus. Existem duas variações desse padrão corporal. A forma polipoide é fixa (séssil) e vive presa
a um substrato. A forma medusoide é livre natante. As duas formas podem estar
presentes na mesma espécie (alternância de gerações)
Sua
simetria é radial dividindo o corpo numa região oral (para baixo nos medusas/
para cima nos pólipos) e região aboral
(oposta a boca).
2. Tecidos e células
O
folheto da ectoderme origina a epiderme do animal onde, além das células de
revestimento, podemos encontrar células sensoriais e os cnidoblastos.
Derivada
da endoderme do embrião temos a gastroderme, tecido que reveste a cavidade
digestiva com células glandulares envolvidas na digestão do animal.
Como
não possuem o folheto da mesoderme não desenvolvem músculos verdadeiros. No
entanto, tanto na epiderme, como na gastroderme, apresentam células capazes de
contração que permitem a movimentação do animal como um todo.
O cnidoblasto é um tipo de célula urticante que apresenta uma organela especializada denominada nematocisto. Este contém em seu interior uma cápsula com proteínas tóxicas e urticantes servindo para defesa e captura de presa.
3. nutrição
Os cnidários são predadorese frequentemente utilizam seus tentáculos arranjados ao redor da boca para capturar pequenos animais aquáticos e empurrar o alimento para a cavidade gastrovascular onde começa a digestão. Esta termina no interior das
células que revestem a cavidade (digestão extra e intracelular).
A
distribuição dos nutrientes ocorre por difusão e os restos não digeridos são
eliminados pela boca. Sua cavidade digestiva é incompleta (somente com boca)
Como
possuem poucas células, a água que circula pela gastroderme e pela superfície
do corpo já é suficiente para levar oxigênio que se difunde para as células.
4. SISTEMA NERVOSO:
São
os primeiros animais a possuírem um Sistema Nervoso que permite perceber estímulos e responder como um organismo. Nas esponjas, a
resposta aos estímulos se dava no nível celular.
O
sistema nervoso é um reflexo da simetria radial formando uma rede difusa
(não-centralizada) sob a epiderme do animal.
5.Grupos de Cnidários:
6 .Reprodução
--> reprodução Assexuada
A
reprodução assexuada em hidras é, em geral, feita por brotamento. Brotos
laterais, em várias fases de crescimento, são comumente vistos ligados à hidra-mãe
e dela logo se destacam.
Esse
processo de multiplicação, em que não ocorre variabilidade genética, é propício
nos ambientes estáveis e em épocas favoráveis do ano, em que as hidras estão
bem alimentadas.
àreprodução Sexuada
a) Desenvolvimento
direto
As
formas polipoides tem sexos separados (dioicos). Os espermatozoides são
liberados na água penetrando no corpo da fêmea para fecundar o óvulo
(fecundação interna). Origina-se um zigoto que começa seu desenvolvimento ainda
preso ao corpo da mãe, logo desprendendo-se e fixando-se a um substrato.
b) Desenvolvimento
Indireto: alternância de gerações.
Neste
caso encontramos a forma polipoide e medusoide no ciclo de vida da mesma
espécie. O pólipo forma medusas por reprodução assexuada. As medusas, por sua
vez, formam gametas que após a fecundação, dão origem a uma larva plânula. Esta
fixa-se ao substrato desenvolvendo-se posteriormente em novos pólipos.
Os animais do Filo Porífera são informalmente conhecidos como esponjas, que são animais
sésseis, isto é, vivem fixas sobre o fundo rochoso ou arenoso dos mares. Poucas
espécies vivem em água doce. Possuem tamanhos e formas variados.
As esponjas são animais basais, isto é, representam uma linhagem que se origina perto da raíz da árvore filogenética dos animais. Diferentemente dos outros animais, as esponjas não apresentam tecidos verdadeiros.
Estrutura
Corporal
Os primeiros animais não desenvolvem
folhetos embrionários verdadeiros, portanto, não possuem tecidos diferenciados. O corpo das esponjas possui vários poros que se comunicam com uma cavidade interna chamada
átrio que, por sua vez, se comunica com o meio externo por uma abertura chamada
ósculo. Possuem 3 tipos básicos de estrutura
corporal:
- Asconóide:os poros comunicam-se diretamente com o átrio;
- Leuconóide:inúmeras câmaras ligadas por canais. São as
maiores espécies de esponja.
Apesar de não possuírem tecidos, as esponjas apresentam vários
tipos celulares:
- Porócitos:
com formato cilíndrico formam um canal que permite a entrada de água;
- Pinacócitos: revestem externamente a esponja;
- Amebócitos:
secretam os elementos de sustentação (espículas) e são totipotentes, ou seja,
podem formar todos os outros tipos de célula do corpo da esponja;
- Coanócitos:
possuem flagelos que mantém o fluxo de água pelo corpo da esponja. Também são
responsáveis pela captura das partículas alimentares e pela sua digestão.
Entre as células encontramos elementos esqueléticos, que são espículas minerais com
diferentes formatos apoiadas numa trama proteica de colágeno. São importantes
para a classificação e identificação das espécies.
Algumas esponjas possuem somente esqueleto de colágeno e após
sua morte são utilizadas como esponjas de banho por algumas populações. Esta
atividade pode provocar a extinção de várias espécies.
2. Nutrição, Excreção e trocas gasosas
As esponjas são animais filtradores: capturam partículas de
alimento suspensas na água que atravessa seus corpos, que em muitas espécies
lembram sacos perfurados de poros. A água é drenada pelos poros para a cavidade
central, a espongiocele, e sai por
uma grande abertura chamada ósculo.
O batimento conjunto dos flagelos dos coanócitos cria um fluxo de
água para o interior das esponjas no sentido poro à átrio à ósculo.
Quando a água circula os coanócitos capturam as partículas
nutritivas com seu colarinho membranoso fagocitando-as. A digestão é
completamente intracelular e os resíduos são eliminados por exocitose para a
água circulante.
Esta mesma água carrega oxigênio dissolvido para as células
por difusão simples.
3. Reprodução
a) Reprodução
Assexuada
Como possuem grande
capacidade de regeneração podem formar agregados celulares chamados gêmulas com
reservas nutritivas. Estas se desprendem do corpo das esponjas e podem resistir
a períodos de dessecação até o ambiente se tornar favorável para a sua
multiplicação, formando um novo indivíduo.
Também podem se
reproduzir por brotamento, quando os brotos se destacam da esponja-mãe sendo
carregados pela corrente de água formando novos indivíduos.
b) Reprodução Sexuada
A maioria das espécies é monóica, ou seja, cada indivíduo
atua como macho e fêmea na reprodução sexuada, produzindo espermatozoides e
óvulos, porém em épocas diferentes. Desta forma previne-se a autofecundação.
Os coanócitos diferenciam-se nos espermatozoides e os óvulos
derivam dos amebócitos. Os espermatozoides são liberados na água penetrando em
outro indivíduo através dos poros até encontrar o óvulo. A fecundação é,
portanto, interna.
O zigoto dá origem a uma larva livre-natante que fixa-se a um
substrato para desenvolver-se numa esponja adulta.
Os fungos
desempenham funções importantes na reciclagem de nutrientes, nas interações ecológicas
e no bem-estar humano., podendo se comportar como decompositores, mutualistas e
patógenos.
1. MICORRIZAS
Micorrizas
são relações de benefício mútuo entre fungos e raízes de plantas, que foram
encontradas em fósseis de plantas vasculares de 420 milhões de anos e que,
provavelmente, foram essenciais para a colonização do ambiente terrestre pelas
plantas. Nesta associação, as hifas dos fungos formam um revestimento sobre as
raízes das plantas, por vezes penetrando nos espaços entre as células deste
órgão.
Fungos que formam micorrizas podem melhorar a transferência
de íons fosfato e outros minerais para as plantas, pois a grande rede do
micélio dos fungos é mais eficiente do que as raízes das plantas na absorção
destes minerais do solo. Em troca, as plantas fornecem aos fungos nutrientes
orgânicos resultados da sua fotossíntese, como carboidratos.
Disponível em <http://clickeaprenda.uol.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=33472>
Micorrizas
são extremamente importantes em ambientes naturais e na agricultura. Quase
todas as plantas apresentam esta associação e dependem de seus parceiros para
absorção de nutrientes essenciais. Diferentes espécies de plantas utilizadas na
agricultura têm esporos desses fungos
inseridos em suas sementes para promover seu crescimento, como por exemplo, os
pinheiros utilizados na indústria madeireira e de celulose.
Micorriza em planta de Pinus com menos de 4cm de altura acima do solo. (Disponível em <http://www.agroecologiamurcia.org>)
2. LÍQUENS
Os líquens
são uma forma de associação entre um organismo fotossintetizante e um fungo na
qual o primeiro fica retido em uma massa de hifas do segundo. Os organismos
fotossintéticos, normalmente são algas verdes ou cianobactérias. O fungo
normalmente pertence ao grupo dos ascomicetos.
Variação nas formas de crescimento de liquens. (FONTE: CAMPBELL, 2010).
O
micélio do fungo forma a maior parte do corpo do líquen e as algas ocupam as
camadas mais internas, abaixo da superfície. A ligação entre os participantes
da associação é tão íntima que os líquens são denominados cientificamente como
se fossem um único organismo.
Anatomia de um líquen ascomiceto (MEV). (FONTE: CAMPBELL, 2010).
Na
associação, a alga fornece a seus parceiros os produtos de sua fotossíntese. O
fungo, por sua vez, fornece um ambiente apropriado para o crescimento da alga
ou cianobactéria, retendo água e minerais essenciais. Desta forma, os líquens
podem crescer em ambientes inóspitos, tais como rochas, troncos em
decomposição, ilhas vulcânicas recém-consolidadas,... - lugares onde nenhum
outro organismo poderia se desenvolver. Esta característica faz com que os
líquens sejam organismos pioneiros.
Mesmo
sendo, em parte, organismos bastante resistentes, muitos líquens não toleram
muito bem a poluição do ar. Sua forma passiva de tomada de minerais da chuva e
umidade do ar os torna particularmente sensíveis ao dióxido de enxofre e outros
poluentes atmosféricos.
3. ASSOCIAÇÕES MUTUALÍSTICAS ENTRE FUNGOS - ANIMAIS
Muitas
espécies de formigas se beneficiam do poder digestivo dos fungos, cultivando-os
em “fazendas”. As saúvas, por exemplo, carregam folhas da floresta para seus
formigueiros onde servirão para alimentar os fungos que crescem em seu
interior. Enquanto as hifas dos fungos crescem, as formigas vão se alimentando
de suas extremidades ricas em proteínas e carboidratos. Sem esta associação, as
formigas não poderiam digerir todos os compostos das folhas, inclusive alguns
compostos tóxicos, que são digeridos pelos fungos.
Insetos jardineiros de fungos. Estas formigas cortadoras dependem de fungos para converter material vegetal em uma forma que os insetos possam digerir. Os fungos, por sua vez, dependem dos nutrientes das folhas que as formigas oferecem como alimento. (FONTE: CAMPBELL, 2010)
4. Fungos parasitas
Diversas
espécies de fungos são parasitas e causam doenças em plantas e em animais,
inclusive na espécie humana; sendo micose
o termo geral utilizado para caracterizar infecções causadas por fungos. Apesar
de somente 50 espécies atacarem o ser humano e outros animais, estas causam
danos consideráveis. Muitas dessas infecções atacam a superfície da pele,
principalmente nas regiões mais quentes e úmidas. O popular “pé-de-atleta”,
conhecido também como frieira, apesar de altamente contagioso, pode ser tratado
com loções e talcos.
Micoses
mais graves podem se desenvolver quando os esporos são inalados. A coccidiomicose produz sintomas
semelhantes aos da tuberculose. Algumas micoses são oportunistas, aguardando
alguma mudança microbiológica ou imunológica no organismo para se desenvolver,
como a Candida albicans, uma espécie
que normalmente habita o epitélio umedecido da superfície vaginal. Sobre certas
circunstâncias, pode crescer muito rapidamente gerando feridas por todo o
corpo. Muitas outras micoses oportunistas se tornaram mais comuns nas últimas
décadas, em parte devido à AIDS, que compromete o sistema imune.
Nas
plantas, os fungos provocam várias doenças, como a “ferrugem” que ataca o
cafeeiro e outras de interesse econômico, prejudicando sua fotossíntese. Alguns
dos fungos que atacam cultivos são tóxicos para os humanos. Por exemplo,
algumas espécies do gênero Aspergillus
contaminam grãos e amendoins guardados inadequadamente, pela secreção de
compostos cancerígenos denominados flavotoxinas. O alucinógeno LSD foi extraído
de fungos parasitas do centeio do gênero Claviceps
que provocam uma doença chamada ergotismo.
Exemplos de doenças de plantas causadas por fungos. (FONTE: CAMPBELL, 2010)
Esta cena da
foto abaixo de uma associação desarmônica entre a formiga e um fungo parasita chega a soar como
filme de terror: um engenhoso fungo hospeda-se no corpo de uma formiga ainda
viva e se prolifera, consumindo-a até a morte. Durante o agonizante processo, o
inseto caminha até uma planta e finca suas mandíbulas em uma folha, num estado
inerte que remete a zumbis. Espécies do gênero Cordyceps e Ophiocordyceps
estão entre os parasitas mais comuns.
Disponível em <http://viajeaqui.abril.com.br/materias/os-cogumelos-mais-estranhos-do-mundo#22>
A reprodução, entendida como um processo
pelo qual se torna possível a continuidade das espécies, pode ocorrer na forma
assexuada e sexuada neste reino.
Reprodução Sexuada
Zigomicetos, ascomicetos e
basidiomicetos apresentam processo de reprodução sexuada. O ciclo sexual inicia
pela fusão citoplasmática, chamada plasmogamia, resultando em hifas heterocarióticas com
células haploides de dois genitores diferentes. Na extremidade destas hifas
ocorre a fusão nuclear, a cariogamia.
Essa fase diploide resultante é curta e é seguida de meiose produzindo esporos
sexuais haploides. Os esporos são células dotadas de paredes celulares espessas
que os tornam resistentes à perda de água e permitem a dispersão da espécie.
Ciclo de Vida Generalizado dos Fungos. Muitos fungos se reproduzem tanto sexuada quanto assexuadamente. Alguns se reproduzem apenas sexuadamente e outros apenas assexuadamente. (FONTE: CAMPBEL, 2010.)
Reprodução Assexuada
A reprodução assexuada ocorre por
divisão celular sucessiva, originando novos organismos iguais pela fragmentação
do micélio ou pela produção de esporos assexuais.
Os fungos unicelulares (leveduras)
reproduzem-se por brotamento no qual os brotos normalmente separam-se da célula
original, mas podem vir a permanecer grudados, formando cadeias de células.
Levedura Saccharomyces cerevisiae em vários estágios de brotamento (MEV) (FONTE: CAMPBEL, 2010.)
Os fungos filamentosos frequentemente reproduzem-se assexuadamente por simples fragmentação das hifas. No entanto, podem produzir esporos haploides por mitose em estruturas especiais chamadas esporângios.
Penicillium sp. Imagem
de microscopia de varredura eletrônica (cores adicionadas) de micélio fúngico
com as hifas (verde), esporângio (laranja) e esporos (azul).