domingo, 6 de novembro de 2016

PTERIDÓFITAS: plantas vasculares sem sementes



As plantas vasculares sem sementes incluem as Divisões: Lycophyta (licopódios, Isoetes e Selaginella), Pterydophyta (samambaias, cavalinhas, Psilotum e gêneros relacionados) (Figura 1).
Figura 1 - Espécies de pteridófitas ( Adaptado de CAMPBEL, 2010)

A maioria das espécies atuais tem pequeno porte, apesar de existirem espécies arborescentes com 4 m de altura ou mais.
Diversas espécies são epífitas, isto é, vivem sobre outras plantas sem parasitá-las.
Há poucas espécies de água doce, como a Salvinia molesta, provavelmente originária do Brasil e que tem infestado lagos na África, onde foi introduzida (Figura 2).
Figura 2 - Fonte: https://florabase.dpaw.wa.gov.au/browse/profile/79

Um espécie de pteridófita de terra firme também causadora de problema ambiental é Pteridium aquilinum, uma espécie cosmopolita que ocupa agressivamente terrenos desmatados, principalmente após queimadas (Figura 4).
Figura 3 - Pteridium aquilinum.
Fonte: http://nymf.bbg.org/profile_photo_large.asp?id=2294&img=511

è Características gerais:
- Diferentemente da briófitas, as pteridófitas apresentam esporófitos independentes dos gametófitos para a nutrição. Essa novidade evolutiva permitiu o desenvolvimento de plantas de maior porte e complexidade.
- Caracterizam-se por não formar sementes;
- Presença de dois tipos de tecidos vasculares (condutor) bem diferenciados: xilema e floema (Figura 4).
- O xilema (do grego, xylon, madeira) transporta a seiva bruta (água e sais minerais) da raiz até as folhas.
- O floema (do grego, phloos, casca) conduz a seiva elaborada (solução de açúcares e outros compostos orgânicos) das folhas, onde é produzida, para as demais partes da planta.
Figura 4 - Fonte: http://pt.slideshare.net/Math395/pteridfitas-26248577

- No lugar dos rizoides das briófitas, as pteridófitas desenvolveram raízes, órgãos que absorvem água e nutrientes do solo, e também responsáveis pela fixação das plantas, o que permitiu adquirirem maiores alturas.
- Podem apresentar reprodução assexuada (por brotamento, em algumas espécies em que o rizoma forma pontos vegetativos) e sexuada, com formação de esporos.

è Ciclo de vida com esporófitos dominantes
- Entre as plantas vasculares, a geração diploide (esporófito) é a planta maior e mais complexa na alternância de gerações.
- Nas samambaias, por exemplo, a planta que conhecemos são os esporófitos. Os gametófitos são estruturas pequenas que crescem frequentemente sobre o solo ou pouco abaixo da superfície (Figura 5).
Figura 5 - Ciclo de Vida de uma samambaia.

 è Importância das pteridófitas:
As plantas vasculares sem sementes dominaram as primeiras florestas. O seu crescimento pode ter ajudado a produzir o principal esfriamento global que caracterizou o final do período Carbonífero (Figura 6).
Figura 5 - Nessa representação de uma floresta do Carbonífero, a maioria das plantas com troncos retos são licófitas arbóreas. A planta menor, em forma de escova, posicionada próximo à porção central da paisagem, é uma cavalinha. Animais incluindo libélulas gigantes, como a mostrada em primeiro plano, também viviam nas "florestas de carvão" do Carbonífero. (Fonte: CAMPBEL, 2010)

Os resíduos das florestas iniciais que não sofreram decomposição, por fim, tornaram-se reservas de carvão. Combustível crucial para a Revolução Industrial e, ainda hoje, queima-se 6 bilhões de toneladas por ano. Grande parte oriunda dos depósitos de carvão formados no Carbonífero.

Irônico pensar que o carvão, formado a partir das plantas que contribuíram para o esfriamento global, agora contribui para o aquecimento global, por meio do retorno do carbono à atmosfera.

FONTES:
-  AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010. 
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.

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