domingo, 6 de novembro de 2016

BRIÓFITAS: plantas avasculares


As plantas avasculares (briófitas) estão representadas atualmente por três Divisões de pequenas plantas herbáceas: Hepatophyta (hepáticas), Anthocerophyta (antóceros) e Bryophyta (musgos) (Figura 1).



Figura 1 - Espécies de briófitas ( Adaptado de CAMPBEL, 2010)

Os termos Bryophyta e briófitas não são sinônimos. Bryophyta é a designação taxonômica formal para a divisão que consiste unicamente em musgos. Já o termo briófita é utilizado informalmente para se referir a todas as plantas avasculares – hepáticas, antóceros e musgos.
As briófitas são plantas pequenas e delicadas que vivem geralmente em ambientes úmidos e sombreados, como barrancos e troncos de árvores no interior das matas.
A maioria das espécies não ultrapassa 5cm de altura, apesar de na Nova Zelândia existirem briófitas que chegam a atingir 40 cm.
As espécies mais conhecidas são os musgos, que formam extensos tapetes verdes sobre pedras, troncos de árvores e barrancos (Figura 2).
Figura 2 - Os musgos apresentam 90.000 espécies já classificadas. Fonte: http://dorasantoro.blogspot.com.br/2012/10/musgos.html

Há musgos que vivem em locais relativamente secos, como superfícies de rochas ou barrancos expostos ao Sol, suportando temperaturas altas durante o dia.
Algumas espécies suportam temperaturas muito baixas, sendo as únicas plantas existentes em regiões ao norte do Círculo Polar Ártico.
Poucas hepáticas vivem em água doce, mas não há nenhuma espécie marinha.

è Como todas as plantas, as briófitas apresentam alternância de gerações em seu ciclo de vida:
1.   Gametófitos das briófitas:
- O gametófito é haploide e a geração dominante e tipicamente mais desenvolvida e visível, como os tapetes de musgos.
- Os rizoides fixam os gametófitos ao substrato em que eles crescem.
- O núcleo espermático flagelado produzido no anterídio precisa de uma película de água para deslocar-se até a oosfera no arquegônio.

2.   Esporófitos das briófitas:
- Os esporófitos são diploides e crescem para fora do arquegônio.
- São conectados e dependem do gametófito haploide para se nutrir.
- Menores e mais simples dos que os esporófitos das plantas vasculares, eles consistem em pé, seta (haste) e o esporângio.

Figura 3 - Ciclo de Vida de um Musgo
(Adaptado de CAMPBEL, 2010)

è Importância ecológica e econômica dos musgos:
Os musgos do gênero Sphagnum formam as turfeiras, um tipo de vegetação de regiões úmidas que ocupa mais de 1% da superfície dos continentes, o que coloca essas plantas entre as mais abundantes do planeta, formando extensos depósitos de material orgânico parcialmente decomposto, conhecido como turfa.
Figura 4 - Comunidade de Sphagnum, género de briófitos dominante nas turfeiras dos Açores.
Fonte: 
http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=2&cid=11035&bl=1&viewall=true

Figura 5 - Paisagem típica das zonas altas das ilhas dos Açores. No caso, uma turfeira de Sphagnum.
Fonte: 
http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=2&cid=11035&bl=1&viewall=true

A turfa há bastante tempo tem sido utilizada como fonte de combustível na Europa e na Ásia, e ainda hoje é extraída com essa finalidade na Irlanda e no Canadá. 
Além disso, a turfa de Sphagnum é útil como condicionadora de solo e para acondicionar raízes de plantas para transporte, porque apresenta células mortas capazes de absorver 20 vezes o peso do musgo em água.

FONTES:
-  AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010. 
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.

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