O Zika vírus é um Flavivírus, pertence a uma família de vírus que infectam
artrópodes (como insetos) e mamíferos. O que quer dizer que podem infectar
um macaco ou uma pessoa, infectar o pernilongo ou o carrapato que suga o sangue
deles e com isso saltar para outros mamíferos. Outros vírus da
mesma família são o vírus da dengue, da febre amarela, Barkedji e da
encefalite japonesa.
Nas regiões tropicais, o vírus tem sido transmitido
pelo mosquito da espécie Aedes
aegypti. Originário do Egito, na África, o mosquito vem se espalhando pelas
regiões tropicais e subtropicais desde o século
XVI, inicialmente por meio de navios que traficavam escravos. Os primeiros
casos de doenças causadas pelo vetor foram identificados em Curitiba, no Paraná
no final do século XIX.
Assista o vídeo abaixo para entender melhor a
chegada do Aedes aegypti no Brasil.
O ciclo de vida do mosquito e
a expansão da doença
O ciclo do Aedes
aegypti ocorre da seguinte forma: a fêmea do
mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as
larvas vivem na água por cerca de duas semanas. Após este período,
transformam-se em mosquitos adultos, que se alimentam de sangue de mamíferos. O Aedes aegypti procria em velocidade espantosa e o
mosquito adulto vive em média de 30 a 45 dias.
Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 3 a 12 dias
para o vírus causar sintomas. Geralmente os sintomas do Zika podem ser
confundidos com os da dengue pela semelhança existente entre os vírus.
Entretanto, a febre é mais baixa, as dores
no corpo são menos intensas e até 80% das pessoas que contraem o vírus não
apresentam sintomas. Um dos sinais que diferenciam o zika vírus das outras
doenças é a erupção cutânea.
Não existe ainda vacina ou qualquer droga preventiva com relação à
febre Zika, e seu tratamento tem se baseado somente na amenização dos sintomas,
sendo que os incômodos deixam de existir na grande maioria das vezes em até, no
máximo, uma semana depois do contato com o vírus.
A questão que mais preocupa é a correlação da microcefalia com as infecções pelo vírus.
A microcefalia é uma má-formação do sistema
nervoso central, onde órgãos como o cérebro não se formam corretamente. Até
dezembro de 2015, 1248 casos de microcefalia haviam sido registrados,
justamente nos estados onde os casos de infecção por Zika estão se
multiplicando O vírus também foi encontrado no líquido amniótico (que protege o
bebê) de duas grávidas com
ultrassom indicativo de microcefalia. E no sangue e tecidos de uma bebê com microcefalia falecido no Ceará. Estes
fatores contribuiram para o governo brasileiro e a OMS ligarem o Zika à microcefalia [pdf]. Mais recentemente pesquisas demonstraram
o ataque do vírus às células nervosas em cultura de tecidos. Assista o vídeo.
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