terça-feira, 5 de abril de 2016

O Zika, o mosquito e a microcefalia



O Zika vírus é um Flavivírus, pertence a uma família de vírus que infectam artrópodes (como insetos) e mamíferos. O que quer dizer que podem infectar um macaco ou uma pessoa, infectar o pernilongo ou o carrapato que suga o sangue deles e com isso saltar para outros mamíferos. Outros vírus da mesma família são o vírus da dengue, da febre amarela, Barkedji e da encefalite japonesa.

Nas regiões tropicais, o vírus tem sido transmitido pelo mosquito da espécie Aedes aegypti. Originário do Egito, na África, o mosquito vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais desde o século XVI, inicialmente por meio de navios que traficavam escravos. Os primeiros casos de doenças causadas pelo vetor foram identificados em Curitiba, no Paraná no final do século XIX.


Assista o vídeo abaixo para entender melhor a chegada do Aedes aegypti no Brasil.


O ciclo de vida do mosquito e a expansão da doença


O ciclo do Aedes aegypti ocorre da seguinte forma: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de duas semanas. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, que se alimentam de sangue de mamíferos. O Aedes aegypti procria em velocidade espantosa e o mosquito adulto vive em média de 30 a 45 dias. 



















Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 3 a 12 dias para o vírus causar sintomas. Geralmente os sintomas do Zika podem ser confundidos com os da dengue pela semelhança existente entre os vírus. Entretanto, a febre é mais baixa, as dores no corpo são menos intensas e até 80% das pessoas que contraem o vírus não apresentam sintomas. Um dos sinais que diferenciam o zika vírus das outras doenças é a erupção cutânea. 
  
Não existe ainda vacina ou qualquer droga preventiva com relação à febre Zika, e seu tratamento tem se baseado somente na amenização dos sintomas, sendo que os incômodos deixam de existir na grande maioria das vezes em até, no máximo, uma semana depois do contato com o vírus.



A questão que mais preocupa é a correlação da microcefalia com as infecções pelo vírus.


A microcefalia é uma má-formação do sistema nervoso central, onde órgãos como o cérebro não se formam corretamente. Até dezembro de 2015, 1248 casos de microcefalia haviam sido registrados, justamente nos estados onde os casos de infecção por Zika estão se multiplicando O vírus também foi encontrado no líquido amniótico (que protege o bebê) de duas grávidas com ultrassom indicativo de microcefalia. E no sangue e tecidos de uma bebê com microcefalia falecido no Ceará. Estes fatores contribuiram para o governo brasileiro e a OMS  ligarem o Zika à microcefalia [pdf]. Mais recentemente pesquisas demonstraram o ataque do vírus às células nervosas em cultura de tecidos. Assista o vídeo.

   

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