Atualmente, existem cerca de 6.150 espécies de anfíbios, cujos principais representantes são por sapos e rãs (Ordem Anura, “sem cauda”), salamandras (Ordem Urodela, “com cauda”) e cecílias (Ordem Apoda, “sem patas”).
A palavra anfíbio, de origem grega, significa "vida dupla", porque esses animais são capazes de viver no ambiente terrestre na fase adulta, mas dependem da água para a reprodução. Foram os primeiros vertebrados a ocupar o ambiente terrestre, embora não efetivamente. Além de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação, eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes úmidos. Assim, esse grupo de animais, não é independente da água, já que pelo menos uma fase da vida, da maioria dos anfíbios, acontece na água e eles precisam dela para a reprodução.
Figura 1 - Espécies das Ordens Urodela (salamndra), Anura (rã) e Apoda (cecília). (Fonte: Campbell, 2010). |
ESTRUTURA E FISIOLOGIA DOS ANFÍBIOS
1. REVESTIMENTO
Não
possuem pelos nem escamas externas. São incapazes de manter constante a
temperatura de seu corpo, por isso são chamados animais de sangue frio (pecilotérmicos).
Sua pele é fina e rica em vasos sanguíneos e glândulas, permitindo a permite-lhes, a absorção de água através da respiração.
As glândulas em
sua pele, que também funcionam como uma espécie de defesa contra predadores, são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, e serosas,
que produzem veneno.
Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas, porém alguns são mais ou menos tóxicos. Em geral, as espécies com coloração mais "chamativas" indicam que podem ser impalatáveis aos predadores.
2. Respiração
Como nos mostra a figura, a respiração desses animais é feita pelos pulmões e pela pele. A respiração
cutânea é possível porque os anfíbios têm a pele constantemente úmida, o
que permite que o gás oxigênio passe do ambiente para o corpo do animal e o gás
carbônico faça o caminho inverso. A umidade na pele é garantida pelas glândulas produtoras de muco, espalhadas pela superfície do corpo. Por esse
motivo os anfíbios são extremamente dependentes de ambientes úmidos.
3. Nutrição, digestão e excreção
Anuros e urodelos adultos são carnívoros e, em
geral, alimentam-se de insetos, vermes, moluscos, pequenos crustáceos e outros
animais que se movem no ambiente. No estágio de larva, alimentam-se de algas e
restos de organismos mortos. Os ápodes que vivem enterrados no solo ou em
sedimentos de lagoas, alimentam-se de minhocas e insetos.
Algumas
espécies, possuem uma grande língua pegajosa que lançam para fora da boca para
capturarem suas presas. Essa é uma importante característica adaptativa. Por
exemplo, os sapos podem caçar insetos em pleno voo, utilizando a língua que é presa
na parte anterior da boca e, quando esticada, alcança uma grande distância. No vídeo abaixo, podemos assistir um sapo boi capturando insetos.
Após
ser engolido, o alimento percorre o esôfago e chega ao estômago bem
desenvolvido, onde inicia a digestão. Desse, passa ao intestino, onde
desembocam os canais que trazem os líquidos e enzimas produzidas pelo fígado e
pâncreas, completando a digestão. O intestino grosso abre-se na cloaca, de onde
as fezes são expelidas pelo ânus.
A
excreção é realizada por um par de rins, que removem a ureia do sangue,
eliminando-a na urina através da cloaca.
Figura 4 - Anatomia interna de um anuro. (Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br) |
3. Circulação
O
coração dos anfíbios é dividido em três cavidades: dois átrios ou um ventrículo.
A
circulação é fechada e considerada dupla
porque percorre dois circuitos: um circuito menor que é o pulmonar, e um maior
que é o corporal.
Como
ocorre mistura de sangue venoso e arterial no único ventrículo, a circulação é
do tipo incompleta.
5. Metamorfose
Figura 6 - Esquema da circulação sanguinea de anfíbios. Fonte: https://hectorematheusfrancobioifes.wordpress.com |
4. Reprodução
O
acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. O coaxar do sapo macho
faz parte do ritual "pré-nupcial". A fêmea no seu período fértil, é
atraída pelo parceiro sexual por meio do seu canto e do seu coaxar.
A
fêmea com o corpo cheio de óvulos é agarrada pelo macho com um forte
"abraço", chamado amplexo.
Esse "abraço" pode levar dias, até que a fêmea lance os seus gametas
(isto é, os seus óvulos) na água. Então, o macho também lança os seus espermatozoides,
que fecundam os óvulos, cujo desenvolvimento ocorre na água.
O
sapo, a rã e a perereca realizam fecundação
externa. A salamandra e a cobra-cega realizam fecundação interna.
Nos
numerosos ovos protegidos por uma grossa camada de substâncias gelatinosa, que
geralmente se prendem às plantas aquáticas, as células vão se dividindo e
formando embriões.
Os ovos fecundados eclodem e nascem as larvas, denominadas girinos, que vivem e crescem na água
até realizarem a metamorfose para a vida adulta. Em
outras palavras, apresentam desenvolvimento
indireto.
Nessa fase, os girinos se alimentam primeiramente da própria gelatina que os envolve e depois de algas e plantas aquáticas microscópicas.
Em geral, não existe
cuidado com a prole dentre os anfíbios.
Figura 7 - Reprodução dos Anuros (Fonte: http://bloggiologia.blogspot.com.br/2011/11/cordados-vertebrados-anfibios.html) |
5. Metamorfose
A
metamorfose envolve uma série de transformações e é um processo bastante lento
que transforma o anfíbio jovem (girino) em adulto. Durante esse processo
desaparecem as brânquias, desenvolvem-se os pulmões e surgem também as patas no
corpo do animal, como nos mostra o vídeo abaixo.
FONTES:
- AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed.
São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed,
2010.
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo.
Edições SM. 2013.
- Anfíbios: o início da conquista da vida terrestre. Disponível em <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/anfibios.php>
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