sábado, 29 de outubro de 2016

Vertebrados ( IV ): PRINCIPAIS ORDENS DOS ANFÍBIOS


1.    Urodelos: anfíbios “com cauda”
Existem cerca de somente 550 espécies de Urodelos, representados pelas salamandras. Vivem principalmente na Europa e no norte da África.
Algumas espécies são inteiramente aquáticas (Figura 1 e 2), mas outras vivem na terra quando adultas ou por toda a vida. Costumam habitar regiões arborizadas.
Figura 1 -  Salamandra aquática, Pleurodeles waltl, nome popular salamandra-de-costelas-salientes ou salamandra-dos-poços. aior caudado europeu, podendo atingir entre 15 cm e 25 cm, excepcionalmente atingindo os 30 cm. A sua região de distribuição natural inclui o sul e o oeste da Península Ibérica e a parte ocidental de Marrocos.
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pleurodeles_waltl)

Figura 2 -  Eurycea subfluvicola, espécie de salamandra recentemente descoberta, que não deixa de viver na água. Diferente das outras espécies que iniciam sua vida na água e ganham a terra à medida que amadurecem, essa permanece na "casa" onde passou a infância, mantendo, por isso, características físicas das jovens salamandras, como brânquias externas emplumadas.
Fonte:
http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2014/05/27/mesmo-adulta-nova-especie-de-salamandra-tem-aparencia-jovem.htm#fotoNav=74

A maioria das salamandras que vive na terra caminha dobrando lateralmente o corpo, característica herdada dos primeiros tetrápodes terrestres (Figura 3).
Figura 3 - fonte: http://www.curiosodato.net/2011/11/las-salamandras-y-su-gran-capacidad-de-regeneracion/

Elas diferem em tamanho e no jogo de cores das costas. Algumas medem cerca de 14 a 20 centímetros.
Ao contrário de outros anfíbios, a salamandra comum se acasala em terra firme. Depois da fecundação, os ovos se desenvolvem dentro do órgão genital da fêmea. As larvas nascem da fêmea numa corrente de água e sofrem metamorfose, tornando-se adultas (Figura 4).
Figura 4 -  Salamandra salamandra, Cova da Lua (Bragança)
Fonte: http://umdiadecampo.blogspot.com.br

Algumas espécies podem depositar os ovos em local úmido e apresentar cuidado parental (Figura 5).

Figura 5 - Salamandra lusitânica, fêmea com os ovos.
Fonte: http://www.flickriver.com/photos/tags/salamandralusit%C3%A2nica/interesting/


2. Anuros: anfíbios “sem cauda”

Os anuros, com aproximadamente 5420 espécies de rãs, pererecas e sapos, são mais especializados do que os urodelos para se movimentar na terra.

Apresentam esqueleto adaptado para locomoção aos saltos através de suas poderosas patas traseiras para saltar.

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1251750/

São carnívoros e, em geral, utilizam a visão para a detecção da presa. Capturam insetos e outras presas ao lançar a língua longa e pegajosa acoplada à parte anterior da boca (Figura 1). 

Figura 1 - A língua do sapo está adaptada para pegar presas pequenas. Os dentes servem apenas para prender o alimento, mas nem todos os anfíbios os possuem.
Fonte: http://bio-trabalho.blogspot.com.br/2011/11/anfibios.html

Também tem grande variedade de adaptações de defesa que ajudam a evitar seus predadores. As glândulas da pele secretam um muco repugnante e, às vezes, venenoso. Muitas espécies venenosas têm coloração brilhante que os predadores associam ao perigo (Figura 2). Outras tem padrões de cores que servem de camuflagem (Figura 3).

Figura 2 - Sapos da família Dendrobatidae, em que a maioria das especies se encontram na floresta Amazônica. A coloração indica perigo aos predadores.
Fonte: http://blog-superinteressante.blogspot.com.br/2012/08/sapos-coloridos.html

Figura 3 - Rãs com coloração para camuflagem.
Fonte: http://123hdwallpapers.com/pt/animals-frogs-amphibians-poison-dart-frogs-green.html#.WBVYaOArLIV

Esses animais possuem uma grande diversidade de estratégias reprodutivas. Entre elas, a vocalização do macho para atrair a fêmea. Cada espécie produz um som diferente originando uma variedade de sons emitidos, como podemos ver no vídeo abaixo. São capazes de emitir também sons de agonia e de defesa de território.



Como diferenciar sapos, rãs e pererecas?



3.    Ápodes: Anfíbios “sem patas”

Os ápodes, representados pelas cecílias ou cobras-cegas, são cerca de 170 espécies. Habitam áreas tropicais, onde a maioria das espécies se enterra em solos de florestas úmidas. Poucas espécies vivem em lagos de água doce ou riachos.
Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas respiram através de pulmões na fase adulta.
Não possuem patas e são quase cegos (por isso o nome “cobra-cega). A ausência de patas é uma adaptação secundária, visto que evoluíram de um ancestral com patas (Figura 1).
Figura 1 - Outras características das cobras-cegas é que elas possuem anéis em todo o comprimento do corpo; e pele assim como muitos outros anfíbios.
Fonte: http://cobrasserpentes.blogspot.com.br/2012/09/cobra-cega.html

Em decorrência de seus olhos pouco desenvolvidos, usam receptores químicos para detectar suas presas (Figura 2).
Figura 2 - Os olhos das cecílias são quase imperceptíveis. 
Fonte: http://animais.culturamix.com/informacoes/anfibios/tudo-sobre-a-cobra-cega

Para conseguir entrar na terra a cobra-cega utiliza sua cabeça, que é uma parte bastante rígida de seu corpo, e com a força de seu corpo consegue furar galerias por de baixo da terra, como pode ser visto no vídeo abaixo.

Alimentam-se de invertebrados como minhocas, vermes, larvas de insetos e, provavelmente, também de peixes pequenos. Para tal, elas utilizam seus dentes para capturar as presas e, basicamente, as engolem.
Os machos desse grupo possuem um órgão reprodutor chamado de falodeu, assim a fecundação nas cecílias é interna.
Algumas espécies de cecílias são ovíparas e outras vivíparas, no caso das ovíparas as fêmeas cuidam dos ovos até o nascimento (Figura 3 e 4).
Figura 3 - Fonte: http://olivrodanatureza.blogspot.com.br/2013/08/cobras-cegas-ou-cecilias.html

Figura 4 - Fonte: http://www.ninha.bio.br/biologia/cecilias.html


FONTES:
-  AMABIS, J.M. e MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 2004.
- CAMPBELL, N et al. Biologia. 8ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2010. 
- OSORIO, T.C. (org). Ser Protagonista-Biologia 2 – 2ª ed. São Paulo. Edições SM. 2013.
-Anfíbios: o início da conquista da vida terrestre. Disponível em <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/anfibios.php>

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