terça-feira, 15 de março de 2016

TAXONOMIA, ou sobre dar nomes "estranhos" aos seres vivos


Taxonomia é a ciência que classifica os seres vivos. Também chamada de “taxionomia” ou “taxeonomia”. Ela estabelece critérios para classificar todos os seres vivos sobre a Terra em grupos de acordo com as características fisiológicas, evolutivas e anatômicas e ecológicas.

A primeira tentativa de se classificar as mais de 10 milhões de espécies de seres vivos da terra, data de 3 séculos antes de Cristo quando Aristóteles classificou os animais em “sem sangue vermelho” e “com sangue vermelho”. Como se pode perceber, essa classificação não era nem um pouco prática. Assim, surgiram outras tentativas de classificar os seres vivos.



No século XVII surge o conceito de espécie introduzido pelo naturalista John Ray (considerado o pai da história natural inglesa). No século seguinte, os seres vivos começam a ser classificados de acordo com sua semelhança morfológica e desenvolvimento embriológico até que, em 1735, Carl Von Linné (1707-1778), mais conhecido como Lineu, publica Systema Naturae, onde trata dos reinos animal, vegetal e mineral agrupando os seres vivos em classes, ordens, gêneros e espécies. A partir deste trabalho, passou-se a usar o sistema binominal criado por Lineu para classificar as diferentes espécies, primeiramente de plantas, adotando-se um primeiro nome em latim para indicar o gênero e um segundo nome indicando a espécie.

Exemplo: Canis familiaris - cão doméstico

Os seres vivos são classificados da seguinte maneira: domínioreinofiloclasseordemfamíliagênero e espécie

Vejamos um exemplo do berbigão ou vôngoli.


Domínio: Eukarya
Reino: Animal
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Ordem: Veneroida
Família: Veneridae
Gênero: Anomalocardia
Espécie: Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791)

Subcategorias podem ser incluídas (subclasse, subfamília) mas não são obrigatórias.

Espécie

A espécie é a unidade taxionômica fundamental e agrupa seres vivos capazes de se reproduzir em condições naturais gerando descendentes férteis em condições naturais. O exemplo mais comum para se ilustrar o que é uma espécie é o cruzamento entre um jumento e uma égua. Ambos, aparentemente preenchem todas as características acima e poderiam ser da mesma espécie, entretanto de seu cruzamento nasce o burro que um animal infértil e, portanto, o jumento e a égua não podem ser considerados como sendo da mesma espécie.


Espécies que apresentam algumas características comuns são agrupadas em gêneros e os gêneros, por sua vez são agrupados em famílias. Várias famílias formam uma ordem. Claro que conforme se avança na classificação das espécies em sentido crescente (espécie à gênero à família...) a diversidade vai aumentando e as diferenças entre os seres também. Várias ordens de animais com características predominantes semelhantes podem ser agrupados em classes. Um exemplo é a classe dos insetos que agrupa animais como as abelhas, as baratas e as moscas, todas de espécies diferentes. As classes, por sua vez, fazem parte dos filos e os filos, são agrupados em reinos que são a classificação mais genérica dos seres vivos.





Por que os nomes das espécies são importantes?

Muitos seres vivos são "batizados" pela população com nomes populares. Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de organismos, ou ainda é possível mais de um nome se referir ao mesmo ser. Por exemplo, no Brasil, o aipim dos gaúchos é a macacheira do Nordestino ou a mandioca do paulista. Mas é a mesma espécie, Manihot utilissima.

Se considerarmos o mundo todo, com idiomas e dialetos diferentes, um mesmo ser vivo poderia receber muitos nomes. Desse modo, podemos entender que o nome científico é a forma de reconhecer uma espécie universalmente, facilitando a comunicação entre cientistas internacionalmente.

Os nomes dos organismos e as informações associadas podem ter importância para a Agricultura, Saúde, Ecologia, Genética, Biologia Molecular e Biologia do Comportamento, entre outras áreas. A Biologia Aplicada depende das identificações corretas, que evitam gastos inúteis ou danos sérios. Por exemplo, a identificação correta de Achatina fulica permite a distinção dessa espécie de gastrópode invasor - uma praga agrícola e possível vetor de doenças ao homem e aos animais domésticos e de criação -, de outras espécies semelhantes, nativas do Brasil e inofensivas. Após a identificação correta, medidas adequadas para controle da praga podem ser adotadas.



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